A empresa
A Moove, multinacional brasileira do Grupo Cosan, é uma das maiores produtoras e distribuidoras de lubrificantes e óleos básicos do Brasil, com presença em 11 países, nas Américas (Brasil, Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai) e Europa (Reino Unido, Portugal, França e Espanha).
No Brasil, a empresa tem como foco a produção e distribuição de lubrificantes da marca Mobil™ e na distribuição de óleos básicos. Desenvolve produtos e serviços especializados em lubrificação que são essenciais para movimentar e propiciar maior eficiência em equipamentos industriais e veículos comerciais e de passageiros.
A Moove faz parte do Grupo Cosan, que detém ainda as marcas Raízen, Compass Gás e Energia, Rumo e Cosan Investimentos.
A startup
A Delfos é uma startup criada em 2017 com sede no Ceará que utiliza inteligência artificial para otimização de performance e redução de riscos operacionais em ativos de energia renovável como usinas eólicas, fotovoltaicas e hidrelétricas. Suas soluções permitem monitoramento, análises e previsões para ativos de energia renovável em tempo real.
A plataforma de software desenvolvida pela startup, a Delfos IM, permite elevar a excelência operacional de seus clientes, utilizando os dados capturados pelos mesmos para otimizar o desempenho de seus ativos e reter conhecimentos, evitando paradas inesperadas. Portanto, mais do que prever falhas, a Delfos IM, permite escalar o conhecimento operacional das empresas parceiras nos projetos que desenvolve.
Desafio
O desafio da Moove era automatizar o processo de análise laboratorial de óleos usados, um de seus principais serviços. Tradicionalmente, o laboratório da empresa recebe óleo lubrificante dos clientes, processa e emite laudo desta amostra. Para isso, conta com diagnosticistas que avaliam manualmente cerca de 60 mil análises ao ano para os setores de indústria, distribuidores e mercado marítimo.
Para realizar as análises, os diagnosticistas dedicam metade da carga horária, o que reduz o tempo para se dedicarem a outros projetos. Além disso, para analisar as amostras, cada especialista tem de entender desde como funciona a formulação de cada óleo até como é realizada a aplicação por parte do cliente. Como é um trabalho bastante específico, demanda entre 12 a 18 meses para capacitar este profissional. Outro desafio é a dependência da atenção humana na emissão dos 60 mil laudos.
“No desafio de automação do diagnóstico das análises de óleo, a Innoscience nos ajudou a desenhar o escopo do que seria o piloto e teve papel fundamental para entendermos, não só a forma como os projetos de inovação são desenvolvidos usando uma metodologia ágil, como também os gatilhos importantes para seu sucesso”, detalha Brenno Rocha de Brito, engenheiro de projetos e inovação da Moove.
Para o engenheiro, esse diálogo, integrando Delfos e Moove, foi fator chave para o sucesso do projeto. “Sem apoio da consultoria, provavelmente a gente teria dificuldade de ter esse nível de comunicação e interação. A metodologia, o como fazer, a gente aprende e pode replicar. Agora, essa expertise de definir os escopos, dividir as fases do projeto e fazer essa comunicação abrangente, isso é um ativo difícil da gente replicar.”
Solução
O piloto contemplou a emissão do diagnóstico para um óleo específico para um determinado tipo de motor. O projeto foi desenvolvido em cima da plataforma da Delfos e parametrizado para a realidade operacional da Moove. Foi desenvolvido um algoritmo para captar todas as informações do laboratório, processar os dados e fechar o diagnóstico de maneira automática.
Como o algoritmo aprende com o tempo a elaborar os laudos com maior precisão, foram utilizados dados históricos de três anos para acelerar o processo. Assim, em três meses foi possível acumular três anos de aprendizado.
Resultados
No projeto piloto, a principal meta era atingir 90% de assertividade na utilização do algoritmo para realizar as análises e emitir os laudos. Os resultados obtidos atingiram 100% de assertividade, superando as expectativas.
A confiabilidade da solução foi destacada por Guilherme Studdart, CEO da Delfos. “Conseguimos consistentemente replicar o processo de análise do engenheiro especialista por meio da inteligência artificial e, além disso, encontramos mais inteligência escondida no processo manual e conseguimos entregar esse conhecimento com velocidade ainda maior para o cliente”, explica, destacando que a Moove terá maior eficiência do time, reduzindo o tempo para realização das análises e emissão dos laudos, permitindo que seus especialistas tenham mais horas para dar atenção aos clientes e agregar mais valor à marca.
De acordo com Brenno Rocha de Brito, o principal ganho é a parte de inteligência, com o uso do algoritmo é possível utilizar ferramentas matemáticas inviáveis na análise manual: “Melhorar o serviço e o resultado nos dá um diferencial competitivo forte naquele que é nosso principal serviço, que é a análise de óleo.” Ao diferenciar o serviço, a Moove impacta mais o mercado, ganha valor de marca e se coloca como referência nessa área no país.
De acordo com Ana Leticia Rico, Head de Projetos de Inovação na Innoscience Consultoria, o feedback do projeto foi muito bom. “Sem dúvidas, o piloto executado superou as expectativas, seja em resultados, na interação dos times ou no nível técnico da solução entregue. E esse é só um exemplo dos resultados atingidos com o programa de inovação aberta da Moove com startups que teve como objetivo melhorar e ampliar o portfólio de serviços oferecidos para seus clientes”.
Próximos passos
Com aprovação do piloto, Delfos e Moove ampliaram a parceria e já começaram um novo projeto, que contempla uma série de aplicações, que deve agregar mais de 70 mil análises na plataforma. Desde a contratação, em novembro de 2022, as empresas já começaram, em um modelo de parceria, a ensinar o algoritmo a interpretar as variáveis de cada uma dessas aplicações na plataforma: as empresas estão codesenvolvendo um algoritmo onde a Delfos entra com a plataforma e a Moove coloca sua inteligência nesta plataforma.
