A Gerente de Inovação do Grupo Águas do Brasil, Camila Coutinho, sempre foi uma entusiasta da melhoria contínua. Convidada para assumir a gerência de inovação do Grupo, Camila foi buscar no seu background de engenheira focada em eficiência e otimização as condições ideais para aliar estratégia, criatividade e implementação prática.
Como você iniciou sua carreira profissional? Como suas experiências profissionais influenciaram sua trajetória?
Sou Engenheira Civil de formação e sempre atuei nessa área. Minha especialidade, onde concentrei a maior parte da minha trajetória, foi na gestão de Planejamento e Controle do CAPEX. Nesse papel, desenvolvíamos e monitorávamos o plano de investimento da empresa, ajustando previsões financeiras e econômicas, acompanhando a execução dos projetos e garantindo o cumprimento de prazos e orçamentos. Além disso, fornecíamos relatórios periódicos com status, indicadores e recomendações de ajustes e melhorias. Desde o início da minha carreira, sempre fui entusiasta da melhoria contínua e busquei ativamente otimizar processos, o que influenciou diretamente minha forma de gerenciar projetos. Essa mentalidade de aprimoramento constante foi fundamental para moldar minha trajetória e impulsionar minha atuação em posições mais estratégicas ao longo do tempo.
Qual foi o seu primeiro contato com a inovação? E o que fez você despertar esse interesse?
Participei da Rede de Inovação, parte da governança do Grupo Águas do Brasil, que tem o objetivo de fomentar e facilitar a inovação na empresa. Na época, fui escolhida para representar a Engenharia como ponto focal, uma função part-time, dentro das áreas de negócios e concessionárias. Esse foi o momento em que mergulhei de cabeça nesse universo da inovação. Desde então, passei a apoiar a disseminação das ações promovidas pelo Núcleo de Inovação e a identificar novas ideias com potencial transformador, contribuindo para o fortalecimento da cultura de inovação na empresa. E o interesse surgiu de imediato, desde o primeiro dia da inovação como setor corporativo e estruturado na empresa, e até mesmo antes disso, eu já tinha vontade de aprofundar meus conhecimentos nessa área que até então era novidade e atraia a atenção e curiosidade de muitas pessoas.
Houve alguma transição de carreira que foi particularmente importante para o seu desenvolvimento na área de inovação?
Há aproximadamente 1 ano, fui convidada para assumir a gerência de inovação do Grupo, o que, ao mesmo tempo que foi uma surpresa positiva, também representou uma transição bastante desafiadora. Como mencionei antes, sempre atuei na área de Engenharia, mas acredito que minha abordagem focada em eficiência e otimização me ajudou a propor soluções inovadoras nas práticas de gestão, o que me credenciou para essa nova missão. Hoje, vejo e entendo como essa experiência prévia foi crucial para o meu desenvolvimento, pois a gestão da inovação exige justamente essa capacidade de aliar estratégia, criatividade e implementação prática. E é esse equilíbrio que me permite liderar projetos de transformação e incentivar uma cultura de inovação dentro da empresa.
Como você define a inovação?
Inovação, para mim, é a capacidade de criar e implementar melhorias e novas soluções que tragam transformações significativas. É o processo de recriar e reinventar, pensando no presente e projetando o futuro, sempre com o objetivo de gerar valor para a sociedade e para o ambiente em que atuamos. A inovação está totalmente ligada às pessoas, que são o ponto de partida, o motor e o resultado desse processo. São as pessoas que identificam as dores e problemas, desenvolvem e executam soluções, e implementam mudanças. Portanto, a inovação é fundamentalmente sobre como as pessoas, com suas ideias e ações, moldam o futuro e criam impacto positivo.
Pode compartilhar uma experiência ou projeto marcante em sua carreira relacionado à inovação? Quais foram os principais desafios e aprendizados?
Tenho algumas experiências marcantes que poderia compartilhar, como o projeto Comunidade Integrada, que visa fortalecer a conexão entre as concessionárias e as comunidades locais, garantindo serviços igualitários e promovendo o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. Outro exemplo é um projeto de inovação aberta, que buscava aprimorar nossa base de clientes e aumentar a assertividade nos investimentos e ações, e trouxe excelentes resultados. No entanto, acredito que o meu maior marco na inovação foi e continua sendo a implementação e manutenção da governança do Sistema de Inovação. Esse projeto é a base que possibilita, fomenta e garante o cumprimento de nossa estratégia. Com uma governança sólida, programas estratégicos bem definidos e uma visão clara de futuro, estamos capacitados para liderar as mudanças e promover a transformação que a inovação traz para a organização.
Qual é o projeto de inovação do qual você sente mais orgulho? E como ele impactou a sua carreira e empresa?
Tenho muito orgulho de muitos projetos, mas o Comunidade Integrada se destaca. Ele surgiu do nosso programa Redescobrir, voltado para cultura e capacitação, e foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, utilizando a metodologia ágil. O objetivo era melhorar o relacionamento com as comunidades locais, promovendo uma mudança cultural com foco no social e no relacionamento. Nosso piloto foi executado em uma comunidade de Niterói, onde inserimos um parceiro comunitário, um funcionário dedicado exclusivamente àquela comunidade. Ele foi responsável por apoiar no cadastro de novos clientes, aplicar tarifas sociais, prestar atendimento aos moradores, gerar solicitações de serviços e realizar ações de educação ambiental. Esse projeto me enche de orgulho, não só pelos resultados positivos para o negócio, mas especialmente pelo impacto social, ao promover maior dignidade e qualidade de vida para a população local. Acredito que a inovação também é isso: é sobre transformar vidas, criando soluções que geram um impacto positivo na sociedade e no ambiente em que atuamos.
Qual a importância da colaboração multidisciplinar nos projetos de inovação em que você esteve envolvido?
A importância da colaboração multidisciplinar é total! A diversidade de conhecimentos e experiências é essencial para que a inovação realmente aconteça. Essa colaboração facilita a troca de ideias e perspectivas, o que aumenta a criatividade e permite uma abordagem mais rica na resolução de problemas, desde os mais simples até os mais complexos. Além disso, a interação entre diferentes especialidades fortalece a capacidade de adaptação e resiliência das equipes, permitindo que elas enfrentem desafios de forma mais eficaz e inovadora.
