Nos últimos anos temos atuado como consultores na área de gestão da inovação assessorando empresas de diferentes setores e tamanhos em sistematizar a inovação. Tem sido um grande desafio, dado que nossas empresas não foram criadas para inovar mas para ter previsibilidade operacional. Os desafios dessa transformação são diversos. No entanto, o primeiro deles é compreender o que é inovação. Neste conteúdo falamos sobre o tema com exemplos dos erros mais comuns.
Diferenciando erros e identificando o que não é inovação
Em função da repercussão que a palavra ganhou no ambiente empresarial qualquer coisa “diferente” que as empresas fazem já se proclama como inovação. Para iniciarmos nossa conversa pensei em compartilhar com vocês nosso entendimento do que NÃO é inovação. Os executivos, empreendedores e até a mídia especializada tem cometido 4 erros fundamentais:
Erro de referência
É pensar que a própria empresa é o elemento de comparação para definir se algo é ou não inovador. Algumas publicações especializadas classificam como inovação tudo aquilo que uma empresa introduz, independente se já existe no mercado. Inovação não é adequação àquilo que todo mercado já tem. Não existe “isso é uma inovação para nossa empresa”.
O ponto de referência é sempre o mercado, seja ele local, nacional ou global. Do contrario iremos fomentar uma postura reativa nas empresas. Além disso, a capacidade das inovações em gerarem resultado econômico-financeiro está diretamente associada a escassez daquilo que ela realiza e os concorrentes não.
Erro de impacto
É classificar tudo que é novo, inédito, original como inovador. Alguns produtos são classificados como inovadores antes mesmo de seu lançamento. Fazer algo diferente e criativo não é suficiente para considerarmos algo como inovação. Ë preciso que haja resultado. Inovação não é criatividade. Inovação é transformar novas ideias em resultado. O que atria empresários e empreendedores para inovar é o resultado superior que os inovadores apresentam.
Erro de abrangência
Trata da simplificação dos tipos de inovação e a tendência a identificar e promover apenas inovações de produto. A empresa pode influenciar seus resultados com 12 tipos de inovações de diferentes intensidades. Inovação não é apenas um novo produto. Inovação pode ser um novo processo, um novo mercado e um novo canal de distribuição, por exemplo.
Erro de perspectiva
Consiste em não conseguir diferenciar as melhorias das inovações. Esses dois movimentos não são compatíveis mas não são iguais. Pode haver integração entre os dois movimentos, entretanto gerenciá-los com a mesma mentalidade, ferramentas e práticas pode ser tão danoso quanto percebê-los como antagônicas. Inovação não é melhoria do existente.
É ou não é inovação?
Recentemente estive com um grupo de executivos discutindo se determinadas iniciativas da empresa e de seus concorrentes eram inovações. Sempre analisamos duas dimensões:
- É novo? Quanto? Para quem?
- Deu resultado? Quanto? Para quem?
Faça isso você mesmo com iniciativas da sua empresa e de seus concorrentes.