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Série Startups Corporativas: vem de Bolo na Nestlé

Fonte: meioemensagem.com.br

Seguindo a proposta da nossa Série Startups Corporativas, hoje vamos apresentar o case da Vem de Bolo, uma startup desenvolvida pela Nestlé que nasceu em 2017 e teve seus resultados acelerados pela pandemia de 2020/2021. Você vai entender como funciona a startup em detalhes. Imperdível!

4º CASE: STARTUP VEM DE BOLO NA NESTLÉ

Origem:

Fonte: vemdebolo.com.br

Tudo começou em 2017, quando a ideia da Vem de Bolo surgiu dentro do hub de inovação da Nestlé. Segundo Carolina Sevciuc – diretora de transformação digital da companhia – enquanto a empresa mapeava oportunidades de novos negócios em mercados que combinassem com seu core business, identificou um setor pouco explorado, mas com um potencial gigante: os profissionais autônomos que fazem bolos e doces para vender.

Após seis meses de estudo de mercado, a Nestlé lançou o marketplace, com a parceria do Play Studio, consultoria de Inovação e Venture Builder, e um investimento interno de R$ 4,5 milhões. Dentro deste cenário, a Nestlé está entre os quatro setores que mais praticam a inovação aberta – Serviços Financeiros, Energia e Alimentos e Bebidas – conforme levantamento da 100 Open Startups. A empresa, nos últimos seis anos, vem transformando a parceria com startups em algo estratégico, com mais de 300 startups que já passaram pelo seu radar.

Segundo Carolina Sevciuc, atuar neste ambiente de inovação aberta oferece lentes distintas para a solução de problemas, além de colocar a empresa em contato com um mundo quase infinito de possibilidades que ela não enxergaria sozinha.

O negócio em detalhes

Carolina Sevciuc, diretora de transformação digital da Nestlé

olo funciona somente em São Paulo.

A equipe da empresa é composta por: Carolina Sevciuc, diretora de transformação digital; Bruno Oliveira, head de Inovação e Novos Modelos de Negócios da companhia; Renate Giometti, gerente de Inovação e Novos Modelos de Negócios; Renan Gothard, especialista de marketing digital e Gabriel Saud, CEO da Vem de Bolo, que responde pela gestão da equipe direta de quatro colaboradores.

A empresa chama as boleiras no feminino porque 99% dos perfis cadastrados são de mulheres. Elas utilizam a plataforma para comunicação, vendas, operacionalização do pagamento e entrega. Como retorno, pagam à empresa 12% sobre cada venda, um valor que cobre os custos do marketplace.

Para fazer parte da plataforma, a confeiteira preenche um formulário e na etapa seguinte, recebe a visita da empresa. A equipe verifica o local onde os bolos e doces são produzidos, prova os produtos para atestar a qualidade e confere o armazenamento.

O objetivo da empresa é profissionalizar ao máximo as doceiras. Para isso, além da curadoria, elas aprendem a tirar foto dos seus produtos, a criar conteúdo de divulgação, a precificar, a melhorar a produção, além de terem entregadores recomendados pela empresa. Tudo isso tem um viés social, que a companhia faz questão de atender. 99% das profissionais são mulheres com idade entre 21 e 65 anos, que dependem dessa renda para sustentar suas famílias. A profissionalização dessas mulheres ajuda a saírem da informalidade e a aumentarem suas rendas.

A Nestlé não tem retorno financeiro com essas ações, mas obtém informações de mercado que viabilizam a inovação constante. Atualmente, a empresa tem estudado o mercado de produtos veganos, para aproveitar o crescimento do setor onde ela ainda não atua. 

A precificação é responsabilidade de cada doceira, sendo que o consumidor paga um frete fixo de 9,90 reais. O lucro mensal de cada boleira depende do volume de pedidos fechados, da quantidade de pessoas que trabalham com ela e da divulgação que ela consegue fazer de seus produtos.

Vantagens da Vem de Bolo

Fonte: gkpb.com.br

Um dos grandes diferenciais da startup é abraçar as demandas dos profissionais que fazem parte do negócio e não somente do consumidor final. Ou seja, as boleiras cadastradas na plataforma veem suas necessidades atendidas pela empresa, além de ter inúmeros benefícios, tais como: vender pela plataforma e aumentar a cartela de clientes; divulgação; antecipação dos recebíveis; descontos de até 10% nos ingredientes vendidos na loja física e virtual; acompanhamento das vendas através de um dashboard gerencial; parceiros logísticos; participação em workshops técnicos, como dicas para fotografarem seus produtos para divulgação.

Para o consumidor, as vantagens são as seguintes: praticidade de comprar bolos de forma 100% on-line; acesso às avaliações de outros clientes – Airbnb ou Uber–; dicas; promoções; garantia da intermediação feita pela plataforma; oportunidade de adquirir e colaborar com os pequenos empreendedores locais que estão próximos.

Para a empresa, a grande vantagem é aproximar a companhia das duas pontas, confeiteiros e consumidores, o que possibilita obter ideias e soluções vindas do próprio mercado e aprimorar ainda mais os produtos e serviços.

Desafios

Os primeiros desafios encontrados foram identificados na fase de validação do projeto e estudo de mercado. Através de um site, as doceiras e consumidores em potencial preencheram uma pesquisa, onde deixaram claros alguns problemas que eles enfrentavam. Alguns deles foram os seguintes: as doceiras tinham dificuldade em captar novos clientes, contando somente com o velho boca a boca. A gestão financeira apareceu como outro problema, já que a maioria delas aceitava somente dinheiro em espécie, além de não saber controlar as compras em relação à demanda que tinham. O consumidor, por sua vez, via dificuldade em encontrar doces para pronta-entrega e de saber de quem comprar. A Nestlé identificou essas necessidades e dores como oportunidades de ação e diferenciação.Outro desafio para a empresa foi em relação ao seu próprio método de gestão. Nos primeiros seis meses, o método não trazia visibilidade sobre pontos de melhorias. Ao identificar este gap, a Vem de Bolo adotou o Test&Learn, seguindo a linha da metodologia ágil. Segundo Carolina, o método é seguido até hoje e o planejamento é feito através de sprints de 21 dias, buscando entender o que está dando certo e o que não está para agir rapidamente.

Crescimento

A Vem de Bolo registrava um crescimento modesto até a pandemia da Covid-19. Para se ter uma ideia mais clara, de fevereiro para março de 2021, o número de pedidos na plataforma cresceu 500%, fechando março com 1.500 pedidos. De março para abril, mais quase 200% de crescimento. Em abril, o volume de vendas foi 800% maior do que a média mensal de 2019. 

Em janeiro de 2019, a plataforma contava com 15 boleiras cadastradas. Hoje, em 2021, são 60 boleiras mais uma lista de espera com mais de 500 pessoas. 

A pandemia gerou uma série de fatores que propiciaram este crescimento. A demanda por delivery aumentou devido ao isolamento social, as festas e datas comemorativas passaram a serem realizadas em casa, o que aumenta a demanda por kits de aniversário, por exemplo. Além disso, dentro de um cenário de crise econômica, muitas pessoas perderam seus empregos e começaram a trabalhar na informalidade, como é o caso das doceiras, que fazem parte da plataforma.

A Nestlé tem uma trajetória muito consistente de transformação e entrada em novas oportunidades. A iniciativa da Vem de Bolo ilustra as possibilidades que o digital oferece para grandes empresas líderes de produtos de bens de consumo num modelo que tem potencial para se transformar num novo negócio relevante para a empresa. -Maximiliano Carlomagno

FONTES: 

projetodraft.com

forbes.com.br

meioemensagem.com.br

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