Atuando na SLC Agrícola desde 2003, a Engenheira Ambiental e Técnica em Agropecuária Paula Caroline Silvério Ferrão é Pós-Graduada em Geoprocessamento e Gestão de Pessoas e hoje, coordenando uma equipe de 9 ténicos, ocupa a posição de Coordenadora Ambiental e da Qualidade na empresa.
Qual a visão geral do projeto de Intraempreendedorismo que participou?
O projeto de monitoramento do consumo de água e geração de efluentes visa gerenciar o uso da água em diversas operações, bem como o volume de resíduos líquidos produzidos. Para este projeto definimos o escopo, os principais objetivos, os recursos necessários, os riscos e as mitigações, a equipe envolvida, os métodos de monitoramento, o orçamento e um cronograma de implantação e sustentação.
Como você se engajou nesse projeto?
Meu engajamento nesse projeto se deu pela grande vontade de resolver um problema antigo que afeta de forma negativa um indicador estratégico da sustentabilidade da empresa. Este problema envolve diversas pessoas e é estritamente manual, além de ser necessário longo período para poder gerar os indicadores. Boa parte dos indicadores eram estimados e não refletiam a real situação da fazenda.
Qual problema você buscava resolver?
O volume de água e de efluentes gerados dentro da fazenda é em sua grande parte estimado através do tempo de uso das bombas com a sua respectiva potência. Há medidores instalados, porém em poucos pontos de captação de água. Não era possível saber o volume de água em cada operação, por exemplo: qual é o volume de água usado para aplicação de defensivos? Qual o volume de efluente gerado para limpeza de máquinas e implementos?
Qual foi a solução que você encontrou?
Existem equipamentos que quando instalados em determinados medidores, fazem a leitura do líquido que passa na tubulação e envia a informação para um sistema. Este sistema trabalha os dados enviados, gerando gráficos e relatórios conforme a necessidade da empresa. Embora a solução exista do mercado, dentro da SLC Agrícola ela é inovadora.
Como essa solução foi desenvolvida?
A solução foi primeiramente implantada como prova de conceito em 3 pontos de medição para monitorar um número reduzido de operações dentro da fazenda. A solução foi aprovada e escalamos a implantação para toda sede principal envolvendo todas as operações agrícolas existentes. Foram instalados medidores, aparelhos de conectividade e desenvolvido um dashboard no sistema para acompanhamento dos indicadores.
Quais os desafios que você enfrentou nesse percurso?
O primeiro grande desafio foi mapear a rede hidráulica existente em uma fazenda que possui mais de 30 anos de existência. Para determinar o local de instalação dos medidores é necessário identificar toda a rede de água e esgoto da fazenda. Quando a infraestrutura é muito antiga, existem diversas ligações feitas ao longo do tempo. Identificar todas, sem ter o histórico das obras, foi realmente desafiador.
Quais são os insights que você adquiriu e gostaria de compartilhar com outros empreendedores?
Não apenas nesse projeto, mas em outros que já conduzi, percebo que mudanças de planejamento e cursos são naturais e necessárias. Por isso, entendo que a melhor alternativa é “pilotar”, ou seja, começar pequeno, aprender, assumir riscos menores, construir um aprendizado que será fundamental para escalar ou “rolloutar” qualquer projeto.
Olhando para trás, qual a sensação que você tem?
Vejo a materialização de uma solução que resolve um grande problema, que envolvia o tempo de muitas pessoas que hoje conseguem ficar livres para investir seu tempo em outras frentes de trabalho. É muito satisfatório resolver problemas, sendo mais eficiente e confiável para geração de indicadores de sustentabilidade.